O universo da moda no Brasil começou a incorporar a palavra design, tanto para definir uma profissão (designer de moda) quanto uma área (design de moda) por volta da década de 1990. Em parte porque se incorporaram as nomenclaturas utilizadas nos Estados Unidos, em parte porque a profissionalização do setor criou novas atribuições, a questão sou designer ou sou estilista passou a fazer parte do campo da moda de modo mais intenso.
Até o início dos anos 2000, os programas de formação profissional (cursos técnicos e faculdades) gozavam de liberdade para atribuir denominações e, nota-se, o termo estilista e estilismo tinha muita força. A profissão era associada a alguém que detinha o poder criativo, talvez um certo talento inato, um tanto de bom gosto e, certamente, prestígio social. Uma relação muito profunda da moda com as artes se estabelecia e, o produto de moda era valorizado, sobretudo, pela sua dimensão estética: "beleza", criatividade, originalidade, ousadia etc.
Uma mudança dos rumos da indústria têxtil e de moda brasileira - em seu sentido amplo - que se processou após a entrada das mercadorias importadas de forma mais livre, deu a abertura necessária para acolher um novo perfil profissional. Um maior controle por parte do governo na educação profissional, indicou que o país precisava de designers: estranho pensar assim, pois é como se disséssemos que o nome da profissão muda da noite para o dia o que se pensa dela.
Em alguns momentos acreditou-se que a mudança vinha para diminuir a liberdade criativa e que o profissional formado, não era "só" um designer. Mas o tempo mostrou que não, reconhecendo que atender às necessidades dos consumidores gerando soluções criativas era tão importante quanto exercer a liberdade de expressão individual.
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