Uma inesquecível e envolvente lição sobre moda.
Foi em 1990 que a belíssima Julia Roberts, então com 23 anos, se tornou adorada no mundo inteiro ao trabalhar no papel de uma prostituta das ruas de Los Angeles que encontra o seu príncipe encantado que a salva da prostituição.
Ao ver o filme Pretty Woman (ou Uma linda mulher, em português), não pense que aprender sobre moda se limitará às roupas da década de 1990, quando o powerstuit começa a dominar a cena sob influência de Giorgio Armani: vamos aprender bem mais que isso e, aqui neste post, destacamos dois pontos muito interessantes que, certamente, ampliarão sua cultura de moda.
A primeira coisa a observar neste filme é que quando Richard Gere, o milionário que se apaixona pela prostituta Vivian, decide ficar com ela alguns dias, a primeira coisa que faz, é dar-lhe um cartão de crédito ilimitado para que ela possa comprar roupas que dissimulem sua profissão, ou seja, que não se note que ele está acompanhado de uma prostituta. Essa distinção da profissão pelo vestuário, nos permite pensar sobre o dress-code com foco no tipo de prostituição que estamos falando. Assim, isso nos incentiva a refletir de uma perspectiva histórica como as prostitutas vêm sendo identificadas desde a Antiguidade (falamos no nosso livro das cores da questão do amarelo e do cabelo louro como associação com a prostituição) e, também, como os "diferentes perfis" de prostitutas são representados no cinema: a prostituta ingênua e infantil, a má, a que tem um jeito de businesswoman entre outras. Todo esse conteúdo foi explorado na Plataforma no título Marked Woman com mais detalhes.
O segundo ponto, igualmente interessante e envolvente, é notar com atenção onde Vivian parou para comprar roupas com seu cartão de crédito ilimitado. Ela justamente vai para a Rodeo Drive, um dos lugares mais caros do mundo quando o assunto é comprar roupas e acessórios, frequentado pelos ricos e famosos de Hollywood. Lá, ela entra na primeira butique do mundo a criar uma experiência de consumo de luxo - como servir champanhe, por exemplo - para seus compradores. Esse tipo de experiência de consumo teve seu auge na década de 1990.
Sem querer dar spolier, vamos apenas lembrar que Vivian foi maltratada nesses lugares, principalmente porque suas roupas denunciavam sua profissão. Quem não viu o filme não deve perder a oportunidade de observar em detalhes esses pontos em uma obra que já é cult.
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