Em tempos difíceis é natural que a economia se feche e que os países tentem proteger sua economia. Um dos recursos mais comuns nesse processo é a identificação da origem dos produtos, por meio de etiquetas ou certificados. As hashtags #feitonoBrasil, a #modanacional e também a #madeinitaly, transformam o consumo num ato quase político de defesa e também de elevação do valor do produto nacional.
Diferentemente de outros produtos não simbólicos - como um caderno, uma torneira, a roda de um carro, por exemplo -, o conceito de origem na moda está conectado, também, com uma noção de estilo único, aquilo que chamamos de identidade nacional, de brasilidade ou de Italian Style, apenas para citar esses dois pólos criadores de moda.
Espera-se, da moda brasileira, características de tropicalidade e de naturalidade, enquanto que, da moda italiana, um pouco de glamour e sofisticação. Essas duas visões de nacionalidade na moda, como vemos, vai muito além da identificação de um lugar de produção e, portanto, gerador de trabalho e renda. Elas entram no universo da cultura porque, na prática, dirigem nosso olhar para a questão da criação e de onde essa criação emerge.
Olhar o que acontece na Itália tem sido muito importante para a Fashion For Future entender como se cria o que chamamos de "cultura positiva de moda". Na nossa perspectiva, trata-se de um movimento que engloba o setor e a sociedade e suas diversas indústrias (turismo e hospitalidade, educação, comunicação etc.) que "combinam entre si" para elogiar e enaltecer o produto nacional, isto é, as marcas e os nomes italianos. Além disso, esse "capital cultural" é formado também por ondas contínuas de criatividade, que transformam e atualizam constantemente o sentido de Italian Style. O que tem em comum a moda italiana da década de 1950 e a de hoje? O glamour e a qualidade formal, principalmente.
Esse valor pode, inclusive, ser mensurado. Isso é o que notamos quando acompanhamos os relatórios quadrimestrais produzidos pelo The Lyst. Trata-se de um ranking de marcas e produtos, que indica o comportamento de compras dentro dos sites de moda, acompanhando o movimento de mais de nove milhões de compradores internacionais e cruzando informações de mais de 12 mil designers e lojas globais. O resultado? Das 10 marcas mais "quentes" da moda, 7 são etiquetas "Made in Italy".
Assim, temos aprendido que a identidade na moda não se resume a um conjunto de características formais ou atributos de estilo. A identidade na moda é bem mais uma mistura do abstrato com o concreto, a ponto de que ambos sejam convergentes no estilo de vida e não em referências estéticas fixas. Assim, uma etiqueta de origem na moda poderá ser associada aos processos criativos, produtivos e de uso que pela sua natureza única. Essa singularidade, que é um modo único então de criar, produzir e até usar, confere o valor de exclusividade e originalidade ao produto de moda.
Vale a pena não só pagar por isso, mas também para não deixar que isso morra!
Participe de nossa próxima masterclass Italian Style e conheça as principais marcas italianas de moda, sua trajetória e principais conceitos de estilo.
Comments