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A moda é espetáculo: desfiles que nos impressionam

Atualizado: 10 de fev. de 2021


Jacquemus e o campo das lavandas

A apresentação das roupas em modelos vivos, ou seja, nas "manequins", teve seu início na metade do século 19, quando Charles Worth usava sua esposa como sua modelo sem que fosse um desfile de verdade. Foi a também inglesa Lucile quem inaugurou a ideia de agendar um horário, convidar o público e apresentar sua coleção desfilada no seu ateliê por mulheres charmosas e elegantes que tinham o biotipo ideal para as peças.


A organização das semanas de moda repetiu esse modelo de agendamento, convidados, belas modelos, styling e imprensa. No início, utilizava-se um único espaço onde todas as marcas ou criadores desfilavam até que, em anos recentes, uma das grandes inovações foi a de mudar o cenário conforme o criador e a coleção. Em época de mídias sociais, transmissão ao vivo e da moda-espetáculo, a escolha do cenário, por si só, já é um grande evento.


Sempre que as semanas de moda se aproximam, um grande público espera ansiosamente pela informação sobre esses lugares que chamarão nossa atenção e, também, sobre as tendências que dialogam com esses cenários.


A Jacquemus foi o desfile mais procurado da internet e a marca foi mencionada na rede 761% mais vezes do que seu aparecimento regular em função da escolha da passarela: um magnífico campos de lavanda na França, que combinava perfeitamente com uma coleção feita de roupas muito femininas com babados e volumes completados pelos chapéus de palha e bolsas de mão. O desfile impulsionou as vendas da marca e a estética criada pela composição da passarela e do campo de lavandas, dominou as referências estéticas do verão 2020.


O Chalet Gardenia criado para o último desfile de Karl Lagerfeld

Nem sempre esses cenários estão disponíveis e, por isso, o saudoso estilista Karl Lagerfeld projetou para o desfile de inverno 2019 da Chanel, a criação de uma vila alpina suíça que produzia uma perfeita sensação de paz. Esse cenário, que contou com 12 chalés, chaminés que soltavam fumaça e um fundo fotografado dos Alpes, chamou-se Chalet Gardênia. A complexidade desse mundo da fantasia chamou a atenção de toda a mídia e foi um dos desfiles mais comentados e fotografados do ano.


A inusitada beleza dos telhados de Paris

O desfile seguinte da Chanel - desta vez sem Karl Lagerfeld - não ficou pra trás, escolhendo os telhados de Paris como a passarela para as criações. Na verdade, as modelos não desfilaram nos telhados, mas eles foram recriados, utilizando muito material de ferros-velhos como as chaminés, as placas de zinco e as janelas que traziam a vista da cidade. A ideia, segundo Virginie Viard que é a atual diretora artística da marca, era representar a "La Nouvelle Vague" parisiense - que pregava a exibição da verdade no cinema francês do final da década de 1950 -, contribuindo para que as roupas assumissem um caráter mais cool e jovial.


O que aconteceu em 2019 é uma prévia do que, provavelmente, nos espera neste ano. Além desses cenários-espetáculo, a participação de celebridades - como Jennifer Lopez para a Versace -, garante que o desfile seja comentado e compartilhado. A moda, cada vez mais, mostra que vai além das roupas, além das marcas e além das fronteiras.


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