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Quem sou eu? O estilista e o fashion designer

Uma breve história da transformação de uma figura profissional.


Estilista ou Fashion Designer?

Nos últimos anos um dilema sobre o nome do profissional criativo da moda ganhou repercussão no meio acadêmico de moda: ser designer de moda seria diferente de ser estilista? Nas faculdades de moda o termo designer foi amplamente adotado, mas, no setor, o que vemos ainda é muita gente se chamando de estilista, provavelmente porque a palavra está mais arraigada no contexto da indústria e, também, porque parece ser que ela teria um certo glamour que, dizem alguns, a nomenclatura fashion designer não teria.


Devemos pensar que o sistema de moda, como o conhecemos hoje, sempre exigiu um profissional que representasse a autoria. Então, a figura do couturier na França – que em português poderia ser traduzido por costureiro -, se tornou o representante daquele que cria desenhando e acompanhado pelos tecidos, numa espécie de artista do vestuário.


De fato, esse profissional ganhou prestígio cultural e seu potencial artístico foi reconhecido por grande parte do mundo, sendo, portanto, imitado. Isso funcionou muito bem, até que na década de 1970 os italianos inventassem o stilista, em português, estilista. Nesse caso, a palavra supõe algo diferente da autoria, uma espécie de “assinatura”. No início, o estilista era uma pessoa e uma marca ao mesmo tempo, alguém que tinha sua própria linha e ideias e transformava isso em uma ampla gama de produtos. Em teoria, quando esse termo se expandiu, pôde ser usado por profissionais contratados por empresas de moda que queriam incorporar em suas roupas o estilo próprio de uma determinada pessoa. O termo parece ter sua origem no pensamento do styling norteamericano, que seria o cuidado dos aspectos estéticos de um produto sem considerar, tanto assim, sua produção.


E quando o fashion designer entrou em cena? A terminologia, que tem origem bem interessante – e será explicada brevemente em outro post -, se baseia na conexão entre a criação e a produção, ou seja, designa um profissional que se vincula aos processos industriais. Embora muitos digam que o designer trabalha para a lógica comercial e por isso é menos criativo, esta afirmação não tem nenhum fundamento: a criatividade é, justamente, criar para pessoas reais e não para si mesmo nem impor regras.

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