A consultoria de moda está entre as atividades profissionais da área que mais tem sofrido os efeitos da aceleração da informação. Na metade do século 20 as revistas de moda cresceram vertiginosamente e a informação de moda tornou-se cada vez mais acessível, saindo da esfera do campo profissional e alcançando o leigo ou o consumidor. Podemos fazer um paralelo com a informação de saúde, esta um pouco mais recente na história da mídia: desde os anos 1980 publicações dedicadas ao corpo falam de pele, alimentação, medicação e tantos outros assuntos como se fossem nossos médicos, não é mesmo?
Ocorre que, com excesso de informação em circulação, as pessoas passam a acreditar que não precisam mais de ter uma opinião legitimada, afinal, o doutor já está lá, conversando com a gente na revista, blog, instagram ou canal do Youtube. Lembrando uma vez mais o fenômeno da saúde, quem não conhece o Dr. Google? Esse movimento causou, inclusive, ações interessantes sobre o controle da informação científica que é publicada na rede.
Mas, voltando à moda e à consultoria, como esse fenômeno se aplica? Em primeiro lugar, na dificuldade de separar o que tem qualidade e o que não tem. Informação boa é aquela baseada em ciência, em estudos e em fatos reais, não em opiniões pessoais somente. Em segundo lugar, gerou a sensação de falso conhecimento, na medida em que muita gente pensa que porque viu dois vídeos ou participou de três lives, se sente completo.
Ele dispensa, assim, a informação mais qualificada e que, por consequência, tem um custo: por que pagar por uma consultoria se eu posso pegar dicas aleatórias na internet?
Pelo menos em parte, esse comportamento se manifesta porque a moda, ainda, é vista como algo fútil e sem importância. Outra razão, que podemos mudar a partir de hoje, é a legitimação profissional: o que é necessário para ser e para atuar na consultoria de imagem?
A consultoria de imagem hoje não está só no atendimento um a um e de forma autônoma. Ela é requerida pelas grandes empresas, nos varejistas renomados, nas empresas de e-commerce. Por que? Porque a consultoria de imagem resolve muito bem a questão de entender o consumidor para orientá-lo neste mar cheio de produtos muito similares à venda. Assim, o diferencial da consultoria de imagem, portanto, não se resume às habilidades no campo da aparência, mas sim nas competências técnicas que trazem efetiva mudança e transformação e são os únicos elementos de escolha palpáveis que o cliente tem.
1. O domínio do visual
Sem dúvida a consultoria de imagem parte de elementos estéticos: da roupa e acessórios em diálogo com o corpo. Ocorre que, nada é fixo: nem todos os corpos são iguais, nem todos os azuis são os mesmos. O novo consultor de imagem percebe 5 mil tons de cinza e não só 500 porque tem internalizada uma teoria que o permite.
2. O domínio do material
Nem é necessário dizer que hoje, mais do que nunca, o consumidor quer saber o que está comprando no seu sentido estrito: o que e como foi feito. A hashtag #deondevemminhasroupas está aí pra comprovar. A história dos têxteis tem mais de 5 mil anos e eles são os únicos materiais que nos acompanham do nascimento à morte. Já pensou nisso? Não existe um único dia da sua vida que você não esteja em contato com um tecido.
3. O domínio da roupa
Falar de consultoria de imagem é explicar porque uma calça não é igual à outra. É saber descrever, identificar, classificar, ajustar e compor diferente produtos, considerando sua construção. Não é só dizer o verde te cai bem, é como a peça deve ser para que esse verde seja perfeito! Além disso, analisar a qualidade do produto e considerar seu preço, é um dos grandes desafios no mundo das coisas iguais.
4. O domínio das tendências
Se vivemos um mundo cada vez mais trendless, a informação de moda toma um outro rumo. Era fácil enquanto sabíamos que o Oscar era relevante (aliás, é impressionante notar como o evento perdeu sua importância para a moda). Nesse universo plural, é necessário saber para onde olhar e como transformar e adaptar aquilo que se vê, de forma a manter-se atualizado e destacado simultaneamente.
5. O domínio das narrativas
Há alguns anos, era muito comum fazer narrativas de moda associadas a fatos históricos precisos que são icônicos para a moda. Podemos lembrar o pretinho básico de Audrey Hepburn, as listras marinheiras francesas e assim por diante. Depois da década de 1980, com o que os sociólogos chamaram "supermercado de estilos", os ícones deram lugar às narrativas: quando nos vestimos estamos falando sobre o que? Por isso, os estilos incluem elementos diversificados e não são cópias de ícones.
Para tornar todo esse conhecimento seu, participe do curso Repertório Técnico para Consultoria de Imagem. O curso acontece em maio e as vagas são limitadas.
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