Este é o quarto post da série estudar moda na Europa. Leia todos eles para entender as opções que existem para atender as diferentes etapas de sua formação.
Antes de entender como funciona a pós-graduação em moda na Europa, é importante entender qual é o princípio do ensino universitário. Internacionalmente, consideramos três fases distintas de formação: quem não entrou na faculdade, quem está na faculdade e quem já concluiu a faculdade.
Por faculdade, entendemos diferentes formações para as quais se exige a conclusão de um curso equivalente ao ensino médio, o que corresponde, em grande parte das vezes, a um ensino que dura 13 anos (do primeiro ano do ensino fundamental ao último do ensino médio). Depois, na faculdade, normalmente os cursos têm duração entre 3 e 5 anos e, finalmente, estão os programas de pós-graduação. Mas para entender a pós-graduação, é necessário fazer uma introdução à graduação na Europa.
Depois da instalação do Tratado de Bolonha na Europa, como um sistema de equivalência de estudos para que os estudantes universitários pudessem transitar entre os diferentes países, o sistema de ensino europeu adotou o modelo de créditos de ensino (ECT) que equivalem a um determinado número de horas de estudos. Assim, as diferentes carreiras exigem a conclusão de uma quantidade de créditos variada conforme cada uma das áreas de ensino, pois os créditos são divididos de acordo com a abordagem disciplinar. Por exemplo, para se formar nas carreiras de artes, você poderia ter que cursar um determinado número de créditos em arte e outra quantidade em arquitetura ou literatura. Basicamente, essa é a lógica que faz com que os cursos possam ser cumpridos num período mínimo de 3 a 5 anos.
Com exceção do Reino Unido, nos demais países o ensino da moda é bem dividido entre formações que se dividem entre carreiras universitárias e não universitárias, mas sempre se exige a formação prévia do ensino médio. Nas universidades os cursos tendem a ser mais horizontais e abrangentes e bem menos focados no produto e ao fim o estudante receberá um diploma equivalente ao ensino superior. Nas famosas instituições, por outro lado, nas quais o ensino da moda é baseado em projetos, o diploma concedido muitas vezes não é equivalente a um título universitário. Apesar disso, essas mesmas instituições oferecem másters de especialização que, portanto, não correspondem ao mestrado brasileiro.
Para concluir e pensar na possibilidade de estudar na Europa como um estudante estrangeiro, temos que ter em mente alguns pontos:
Cursos regulares, com mais de um ano de duração e que ofereçam diplomas e não certificados, exigem a conclusão do ensino médio (em qualquer país, não é necessário que seja local).
Cursos de graduação que possuam o grau equivalente de título universitário, têm muitas exigências, como por exemplo domínio do idioma comprovado, traduções de documentos, algum sistema legal de ingresso etc.
Cursos de formação profissional, ainda que com duração de três anos, podem não ser equivalentes a um título universitário. Isso não é um problema nem um demérito, mas se o estudante deseja depois cursar um doutorado, por exemplo, terá que complementar os estudos.
Os másters muitas vezes são cursos de especialização e não dão diplomas oficiais. É possível convalidá-los cumprindo créditos adicionais, mas os cursos isoladamente, são de desenvolvimento profissional e prático, normalmente.
Se você pretende cursar um Doutorado que te dê acesso a uma carreira acadêmica, deverá procurar uma universidade e conhecer os programas específicos para esse nível de ensino. Másters não compreendem essa possibilidade.
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