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A pesquisa acadêmica em moda no Brasil: do local ao global

Atualizado: 29 de jan de 2021




O crescimento do ensino superior enquanto negócio desde o início da década de 2000, abriu um leque de oportunidades profissionais na área acadêmica para os interessados por moda. Vagas de professores nas mais diversas disciplinas, começaram a ser destinadas a egressos dessa mesma carreira e, também, a profissionais de áreas correlatas, como artes, marketing, comunicação etc. Foi dentro desse contexto que a pesquisa acadêmica em moda, com o objetivo para acompanhar o ensino e dar-lhe substância, cresceu e avançou em muitas direções.


Se podíamos afirmar que na década de 1980 e 1990 ainda era difícil colocar a moda como assunto nas pesquisas de mestrado e doutorado realizadas nas principais universidades brasileiras, no século 21 a realidade já não é essa. Cada vez mais, da matemática às letras e da engenharia às artes, é possível encontrar faculdades e orientadores dispostos a orientar novas pesquisas, debruçadas sobre quase qualquer "problema" relacionado à moda.


Nesse ponto e considerando que no Brasil podemos trabalhar sobre quase qualquer assunto, pois há muito o que fazer e o que falar, notamos um crescente aumento das pesquisas sobre moda e, ao mesmo tempo, tornam-se mais evidentes as dificuldades de transformar essa produção científica local em algo de interesse global. Isso acontece porque, em geral, nosso sistema de valorização da moda, ainda obedece a critérios de valores bem estabelecidos (o que é mais luxuoso, mais bonito, mais singular, mais original etc.) dos quais nossos temas de pesquisa podem, eventualmente, se afastar. Assim, pode ser difícil emparelhar nossos assuntos com os modelos teóricos de análise mais propagados, criando uma distância entre o local e o global.


Em busca de uma presença mais internacionalizada, os estudos da moda no Brasil e em outros países que não são considerados centrais na produção de e sobre moda, há a necessidade de se superar diferentes obstáculos. O primeiro, sem dúvida, é traduzir os textos para poder submetê-los aos eventos e periódicos estrangeiros e, o segundo, é internacionalizar o assunto: entender a importância dos temas locais e colocá-los em relação com outros temas e autores, não buscando o isolamento e a diferenciação, mas pontos de afinidade e de inclusão da moda e da pesquisa brasileira no cenário internacional.


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